Comecei, de fato, minha primeira banda em 2005, como já havia dito em outra coluna. E desde lá continuo com essa história de brincar de rock. Depois de alguns anos tocando aqui e ali, comecei a me perguntar qual seria a nossa motivação. Afinal, a vida de um aspirante a rockstar está longe de ser um mar de rosas.
Com certeza a motivação não é dinheiro. Quem tem banda aqui na região sabe que é difícil receber algum cachê. Às vezes, a remuneração é até mesmo negociada por fichas de cerveja. Em compensação, os instrumentos e equipamentos são caros. Nem tenho a coragem de colocar isso na ponta do lápis e calcular a diferença entre ganhos e gastos. É prejuízo na certa. Semana passada meu vocalista estava negociando um show em que metade do valor dos ingressos iria para a banda. Raridade.
Como se não bastasse, nem sempre os shows são bem organizados. Já toquei em lugares cheios e em lugares quase vazios. Já toquei em palcos com bons equipamentos e iluminação, mas também teve aqueles em que o palco estava sobre uma pilha de tijolos e o som parecia de um enxame de abelhas.
Então, qual é a nossa motivação? Paixão. Nenhuma outra palavra explica. Pensando bem, talvez a palavra loucura também sirva.
Este foi mais um texto da minha coluna no jornal Arauto, toda terça-feira.