quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Paul: ouvir, ver, sentir


Quem foi até o Beira-Rio no último domingo à noite já faz parte da história. Viu o show de um cara que parece não envelhecer, uma das lendas do rock n’ roll, Paul McCartney. Pouco importa se os espectadores eram fãs dos Beatles, dos Wings ou da carreira solo. Todos saíram do estádio mais fãs de Paul. Não é à toa que o rapaz (sim, rapaz) de idade avançada continua sendo ídolo no mundo todo.

Mesmo sendo um rockstar declarado, o cantor não repetiu os atrasos comuns em shows deste porte. Com uma quase pontualidade britânica, subiu ao palco apenas alguns minutos após às 21h. E isso bastou para que o estádio inteiro se entregasse ao ex-beatle.

A receita de Paul foi misturar os sucessos de suas antigas bandas e de sua carreira solo. Assim, garantiu que o show fosse cantado pelo público do início ao fim. Os gritos de seu nome compuseram a trilha sonora dos intervalos entre as músicas.

Ainda galanteador, o músico não pensava duas vezes antes de fazer poses, caras e bocas no palco, para delírio do público. Com a idade, sua agilidade no palco impressiona. E como todo bom artista internacional, arriscou algumas palavras em português em solo gaúcho. “Boa noite, Porto Alegre. Boa noite, Brasil”, disse Paul. Mais do que isso, usou até algumas gírias aqui do estado, como “bah, tchê” e “tri legal!”. Também disse que uma das músicas foi composta para sua “gatchinha”, em bom português, mas cheio de sotaque.

Os grandes momentos – se é que existiu algum momento que não tenha sido grande – foram as músicas “Live and Let Die” e “Hey, Jude”. Na primeira, um show de fogos agitou ainda mais a plateia com o sucesso gravado por tantos outros artistas, entre eles Guns n’ Roses. No segundo, o show foi do público, que entoou a canção por um longo momento. Esta também foi a maneira de pedir bis, com “Yesterday” e “Helter Skelter”.

Um show com 80 toneladas de luzes, telões de 15 metros, quase mais altos que o estádio. Um espetáculo para ouvir, ver e sentir. Um show para a história. Para a história do Estado e para a história de cada um dos que estiveram lá.

Nenhum comentário:

Related Posts with Thumbnails