domingo, 3 de outubro de 2010

Dia Z

Todos temos (ou teremos) um dia em que nada parece dar certo na vida.

Você acorda e descobre a cruel realidade. Acabou a bateria do celular e/ou a energia elétrica da sua casa no meio da noite. Não existe despertador extra. Sim, você está atrasado. Muito atrasado. E nem adianta contar esta história para o chefe ou para o professor.

Corre para o chuveiro, precisa rapidamente de um banho para acordar. É só ligá-lo que vem a surpresa: água tão fria quanto a que está na geladeira. Aquele apagão noturno, além de desligar o despertador, ainda queimou seu chuveiro. O banho frio é inevitável. E irritante.

Corre rápido para se vestir. As roupas saíram há pouco da máquina de secar. Mais uma surpresa: a calça jeans nova manchou suas camisas. Você pega aquela camisa surrada, lá do fundo do armário e decide que é com ela mesmo que vai seguir em frente.

Hora de calçar os sapatos ou tênis. Pelo menos estes parecem impecáveis, coloca um pé, depois o outro. Sente uma substância macia e estranha dentro dele. Quando retira, descobre que seu gato encontrou um novo lugar para, digamos, “aliviar-se”. Se você não estivesse tão atrasado, aquele bichano iria prestar contas do que fez.

Quando sai de casa, o carro não liga. Nem com reza. Agora é pedir carona ou andar depressa para não perder o próximo ônibus. Eis que surge à sua frente um táxi! Nem pensa duas vezes, embarca, já mostrando o destino. Porém, quando chega lá, descobre que esqueceu a carteira em casa. Precisa voltar e ir de novo, pagando o triplo para o taxista.

Enfim, chegou ao destino. O chefe ou o professor esperam que você apresente seu trabalho, fruto de três meses de dedicação. Ele está ali, no seu pen drive, bem à mão. É só conectar no computador e... nada. Como assim? Você lembra que não fez o backup, a tal cópia de segurança, como todo mundo recomendou. Aquele pen drive nunca havia dado problema. Mas é o seu Dia Z.

Em dias assim, só há uma solução. Respirar fundo e voltar rapidamente para a sua cama. Dormir até chegar amanhã. E esperar que não seja outro Dia Z.



Esse foi o texto da semana na minha nova coluna no jornal Arauto, toda terça-feira.

2 comentários:

Anônimo disse...

quem sabe no dia setet eu apareço aqui de novo

Michele Sehnem disse...

Sai pra lá. Isso é contagioso!
Li o teu texto e tive meu dia Z também. Começou com a porta que não destrancava.. hehehehe...

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