Às vezes eu tenho a impressão de que estamos deixando de viver no mundo real. Enquanto a vida acontece aqui fora, milhares de pessoas estão presas lá, na tal internet. Eu mesmo já me senti assim, refém da rede. Vejam só como fica a sua vida:
Depois de um extenso dia de trabalho/aula, você chega em casa. Como de costume, precisa ler seus e-mails. Informações úteis misturadas com dezenas de correntes inúteis e slides. Leu todos? Hora de abrir o orkut. Adiciona o amigo da 1ª série, lê os recados, entra em alguma comunidade. Só não pode demorar muito, pois ainda tem muita coisa para fazer. Abre o facebook. Precisa ver as novidades dos amigos, mas bem rapidinho, porque você ainda nem postou no twitter hoje (que absurdo!). Então vai lá, neste tal twitter, disputar quem consegue ser mais bacana e divertido com uma frase só. Não pode esquecer também de atualizar seu blog, afinal seus seguidores não podem diminuir, ou você se sentirá um derrotado virtual. E atualiza também o tumblr. E o flickr. E todos aqueles sites que você precisa entrar diariamente, por força do hábito.
Enquanto você estava ali, pulando de uma janela para outra e seu messenger gritava, a vida continuava aqui fora. E parecia bem mais divertida.
Este foi mais um texto da minha nova coluna no jornal Arauto, toda terça-feira.